Um pouco de embriaguez
Quem dera eu poder te beijar sem pressa, e de todas as conversas te fazer sorrir.
Esquecer as dores do tempo perdido e o desejo do seu ombro amigo para me consolar.
No aconchego dos teus braços, em noites duvidosas, meu silêncio te invade revertido em amor.
Dos olhos que brotaram paixão, tudo era ilusão do que se podia ter.
E pelas ruas de qualquer lugar, muitas vezes essa sensação de embriaguez, perdidos num tempo esquecido, num tempo vencido pelo cansaço.
Ora, quantas noites de conversas e agora quanto silêncio. Quem de nós desistiu?
Quem dera ter o dom dos caminhos certos, para não pisar em falso, pois parece-me que caí numa vala gigantesca e sem fim.
E o segredo para não desistir, é levar nos olhos o que se viu, e no peito o que sentiu.
Pois nada é garantia, nada é eterna alegria, nada às vezes é tudo quando é só isso que se pode ter...
Ana Paula Tomé
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