Escrevo para viver
Escrever é desaguar o desespero em folhas brancas
É esquecer das dores do mundo e colocar no papel as nossas
Escrever nos torna um pouco egoístas, pois queremos que todos
entendam a poesia embrulhada, amassada, distorcida
Que entendam nossas frustrações, nossos sonhos, desejos e esperanças
Escrever é para passar o tempo ou ao menos tentar não pensar nele
É sentir, mesmo que distante, um pouco da pessoa amada
É colocar para fora sensações que vem da alma, imaginação incansável,
insistente, que não para de latejar
Escrevo porque amo, e para não enlouquecer
Escrevo porque me engano, porque não posso me esconder
Escrevo de saudade e de angústia não morrer
Escrevo pois essa é a cura de todo meu entorpecer...
Ana Paula Tomé
À pergunta habitual: "Por que é que escreve?", a resposta do poeta será sempre
a mais curta: "Para viver melhor."
(Saint-Jonh Perse)
domingo, 13 de dezembro de 2015
terça-feira, 8 de dezembro de 2015
sábado, 5 de dezembro de 2015
Um pouco de embriaguez
Quem dera eu poder te beijar sem pressa, e de todas as conversas te fazer sorrir.
Esquecer as dores do tempo perdido e o desejo do seu ombro amigo para me consolar.
No aconchego dos teus braços, em noites duvidosas, meu silêncio te invade revertido em amor.
Dos olhos que brotaram paixão, tudo era ilusão do que se podia ter.
E pelas ruas de qualquer lugar, muitas vezes essa sensação de embriaguez, perdidos num tempo esquecido, num tempo vencido pelo cansaço.
Ora, quantas noites de conversas e agora quanto silêncio. Quem de nós desistiu?
Quem dera ter o dom dos caminhos certos, para não pisar em falso, pois parece-me que caí numa vala gigantesca e sem fim.
E o segredo para não desistir, é levar nos olhos o que se viu, e no peito o que sentiu.
Pois nada é garantia, nada é eterna alegria, nada às vezes é tudo quando é só isso que se pode ter...
Ana Paula Tomé
Quem dera eu poder te beijar sem pressa, e de todas as conversas te fazer sorrir.
Esquecer as dores do tempo perdido e o desejo do seu ombro amigo para me consolar.
No aconchego dos teus braços, em noites duvidosas, meu silêncio te invade revertido em amor.
Dos olhos que brotaram paixão, tudo era ilusão do que se podia ter.
E pelas ruas de qualquer lugar, muitas vezes essa sensação de embriaguez, perdidos num tempo esquecido, num tempo vencido pelo cansaço.
Ora, quantas noites de conversas e agora quanto silêncio. Quem de nós desistiu?
Quem dera ter o dom dos caminhos certos, para não pisar em falso, pois parece-me que caí numa vala gigantesca e sem fim.
E o segredo para não desistir, é levar nos olhos o que se viu, e no peito o que sentiu.
Pois nada é garantia, nada é eterna alegria, nada às vezes é tudo quando é só isso que se pode ter...
Ana Paula Tomé
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
Queridos leitores,
hoje quero falar de um escritor no qual eu tenho enorme admiração, o grande
poeta Rubem Alves (15 de setembro de 1933 - 19 de julho de 2014).
Pouco antes de
falecer em Campinas SP, eu estava me programando para ir até a cidade somente para
conhecê-lo, o que infelizmente não foi possível.
Rubens adoeceu e veio
a falecer por falência múltipla de órgãos, seu corpo foi cremado e suas cinzas
foram espalhadas sob um Ipê amarelo, Ipês amarelos eram sua paixão, assim como
minha também.
Sempre me
identifiquei com sua escrita, com certeza absoluta ele está na minha lista de
escritores preferidos. Sua sensibilidade é perturbadora, como se quase toda sua
obra fosse escrita para mim, e não estou exagerando.
No meu livro
"Sob as asas de uma Borboleta" coloquei uma citação de Rubens que
tinha tudo a ver com o meu momento.
“Não haverá
borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses.”
Rubem Alves
Era exatamente assim
que eu estava me sentindo, saindo de uma grande metamorfose, renascendo,
voando, livre e feliz.
Então resolvi
registrar e levar para a vida todo o meu processo de transformação, minhas
dores, alegrias, segredos e fantasias.
Hoje mesmo depois de
ter partido, ainda me deparo e me surpreendo com tudo que ele tem para me ensinar.
Estou falando deste
texto maravilhoso que vou deixar aqui para vocês, difícil alguém não se
identificar.
Seja curioso e
pesquise mais sobre o Autor, sua vida, suas obras, sua carreira, vocês vão
descobrir um verdadeiro tesouro.
Um beijo e obrigada
por ler.
Solidão Amiga, de
Rubens Alves
A noite chegou, o
trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está
escura, a televisão apagada e tudo é silêncio. Ninguém para abrir a porta,
ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão... O que mais você
deseja é não estar em solidão...
Mas deixa que eu lhe
diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão.
Lembro-me de um jovem que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir, música...
Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas
bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um
lado, amigos em festas felizes, em meio ao falatório, os risos, a cervejinha.
Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se
lembrando dele. Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza
entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio era sair,
encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia
para a festa...
Mas na festa ele
percebia que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um
desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua solidão... A
noite estava perdida.
Faço-lhe uma
sugestão: leia o livro A chama de uma vela, de Bachelard. É um dos livros mais
solitários e mais bonitos que jamais li. A chama de uma vela, por oposição às
luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao
seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard
medita diante da chama solitária de uma vela. Ao seu redor, as sombras e o
silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua
alma. Lendo o livro solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre
encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não acontecem em meio aos
risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama
sabe disso. É precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard,
ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender tão bem. Como ele
observa, "parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz
bruxoleante. Um coração sensível gosta de valores frágeis". A vela
solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez-me ver os objetos que
se escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo
fundamental e que proponho a você, como motivo de meditação: "Como se
comporta a Sua Solidão?" Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente
das solidões dos outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta,
ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
Entre as muitas
coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: "Não importa o
que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com
você." Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida
está fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o
lugar onde você vai plantar o seu jardim.
Como é que a sua
solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como você se
comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua solidão?
Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que
ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga... Aprenda isso: as coisas são os
nomes que lhe damos. Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga.
Mas será possível chamá-la de amiga? Drummond acha que sim: "Por muito
tempo achei que a ausência é falta./ E lastimava, ignorante, a falta./ Hoje não
a lastimo./ Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim./ E sinto-a,
branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,/ que rio e danço e invento
exclamações alegres,/ porque a ausência, essa ausência assimilada,/ ninguém a
rouba mais de mim.!"
Nietzsche também
tinha a solidão como sua companheira. Sozinho, doente, tinha enxaquecas
terríveis que duravam três dias e o deixavam cego. Ele tirava suas alegrias de
longas caminhadas pelas montanhas, da música e de uns poucos livros que ele
amava. Eis aí três companheiras maravilhosas! Vejo, frequentemente, pessoas que
caminham por razões da saúde. Incapazes de caminhar sozinhas, vão aos pares,
aos bandos. E vão falando, falando, sem ver o mundo maravilhoso que as cerca.
Falam porque não suportariam caminhar sozinhas. E, por isso mesmo, perdem a
maior alegria das caminhadas, que é a alegria de estar em comunhão com a
natureza. Elas não vêem as árvores, nem as flores, nem as nuvens e nem sentem o
vento. Que troca infeliz! Trocam as vozes do silêncio pelo falatório vulgar. Se
estivessem a sós com a natureza, em silêncio, sua solidão tornaria possível que
elas ouvissem o que a natureza tem a dizer. O estar juntos não quer dizer comunhão.
O estar juntos, frequentemente, é uma forma terrível de solidão, um artifício
para evitar o contato conosco mesmos. Sartre chegou ao ponto de dizer que
"o inferno é o outro." Sobre isso, quem sabe, conversaremos outro
dia... Mas, voltando a Nietzsche, eis o que ele escreveu sobre a sua solidão:
"Ó solidão!
Solidão, meu lar!... Tua voz - ela me fala com ternura e felicidade!
Não discutimos, não
queixamos e muitas vezes caminhamos juntos através de portas abertas.
Pois onde quer que
estás, ali as coisas são abertas e luminosas. E até mesmo as horas caminham com
pés saltitantes.
Ali as palavras e os
tempos/poemas de todo o ser se abrem diante de mim. Ali todo ser deseja
transformar-se em palavra, e toda mudança pede para aprender de mim a
falar."
E o Vinícius? Você se
lembra do seu poema O operário em construção? Vivia o operário em meio a muita
gente, trabalhando, falando. E enquanto ele trabalhava e falava ele nada via,
nada compreendia. Mas aconteceu que, "certo dia, à mesa, ao cortar o pão,
o operário foi tomado de uma súbita emoção ao constatar assombrado que tudo
naquela casa - garrafa, prato, facão - era ele que os fazia, ele, um humilde
operário, um operário em construção (...) Ah! Homens de pensamento, não
sabereis nunca o quando aquele humilde operário soube naquele momento! Naquela
casa vazia que ele mesmo levantara, um mundo novo nascia de que nem sequer
suspeitava. O operário emocionado olhou sua própria mão, sua rude mão de
operário, e olhando bem para ela teve um segundo a impressão de que não havia
no mundo coisa que fosse mais bela. Foi dentro da compreensão desse instante
solitário que, tal sua construção, cresceu também o operário. (...) E o
operário adquiriu uma nova dimensão: a dimensão da poesia."
Rainer Maria Rilke,
um dos poetas mais solitários e densos que conheço, disse o seguinte: "As
obras de arte são de uma solidão infinita." É na solidão que elas são
geradas. Foi na casa vazia, num momento solitário, que o operário viu o mundo
pela primeira vez e se transformou em poeta.
E me lembro também de
Cecília Meireles, tão lindamente descrita por Drummond:
"...Não me
parecia criatura inquestionavelmente real; e por mais que aferisse os traços
positivos de sua presença entre nós, marcada por gestos de cortesia e
sociabilidade, restava-me a impressão de que ela não estava onde nós a víamos...
Distância, exílio e viagem transpareciam no seu sorriso benevolente? Por onde
erraria a verdadeira Cecília..."
Sim, lá estava ela
delicadamente entre os outros, participando de um jogo de relações gregárias
que a delicadeza a obrigava a jogar. Mas a verdadeira Cecília estava longe,
muito longe, num lugar onde ela estava irremediavelmente sozinha.
O primeiro filósofo
que li, o dinamarquês Soeren Kiekeggard, um solitário que me faz companhia até
hoje, observou que o início da infelicidade humana se encontra na comparação.
Experimentei isso em minha própria carne. Foi quando eu, menino caipira de uma
cidadezinha do interior de Minas, me mudei para o Rio de Janeiro, que conheci a
infelicidade. Comparei-me com eles: cariocas, espertos, bem falantes, ricos. Eu
diferente, sotaque ridículo, gaguejando de vergonha, pobre: entre eles eu não
passava de um patinho feio que os outros se compraziam em bicar. Nunca fui
convidado a ir à casa de qualquer um
deles. Nunca convidei
nenhum deles a ir à minha casa. Eu não me atreveria. Conheci, então, a solidão.
A solidão de ser diferente. E sofri muito. E nem sequer me atrevi a
compartilhar com meus pais esse meu sofrimento. Seria inútil. Eles não
compreenderiam. E mesmo que compreendessem, eles nada podiam fazer. Assim, tive
de sofrer a minha solidão duas vezes sozinho. Mas foi nela que se formou aquele
que sou hoje. As caminhadas pelo deserto me fizeram forte. Aprendi a cuidar de
mim mesmo. E aprendi a buscar as coisas que, para mim, solitário, faziam
sentido. Como, por exemplo, a música clássica, a beleza que torna alegre a
minha solidão...
A sua infelicidade
com a solidão: não se deriva ela, em parte, das comparações? Você compara a
cena de você, só, na casa vazia, com a cena (fantasiada ) dos outros, em
celebrações cheias de risos... Essa comparação é destrutiva porque nasce da
inveja. Sofra a dor real da solidão porque a solidão dói. Dói uma dor da qual
pode nascer a beleza. Mas não sofra a dor da comparação. Ela não é verdadeira.
Mas essa conversa não
acabou: vou falar depois sobre os companheiros que fazem minha solidão feliz.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Eu Serei
Eu serei uma palavra lançada ao vento
Uma lágrima e um pensamento
Esquecido em algum lugar
Serei o canto triste da sereia
Suas pegadas na areia
E o silêncio ao entardecer
Eu serei as nuvens passageiras
O beija-flor que ama a roseira
A borboleta que não se cansa de lhe sondar
Eu serei seus sonhos mais insanos
Fazendo parte dos seus sonhos
Mais difíceis de realizar
Eu serei um poema abandonado
Em uma gaveta qualquer
Uma saudade distante nos passos de um viajante
Serei o sol que invade seu quarto
E a claridade que sem maldade
Chega para te beijar
Mas de tudo que fui ou que sou
Entendi que não sou nada
Se não puder sentir minha ausente presença
Nos seus dias
Nas suas alegrias
E no seu modo de amar
Sinta-me e eu serei...
Ana Paula Tomé
sábado, 21 de novembro de 2015
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Mundo Novo
Eu sei que os tempos mudaram
Que os dias estão voando
Que a mentira tomou lugar da verdade
Que o ser humano não é mais humano
Que o dinheiro não sobra e sempre queremos mais
Que trabalhamos o dobro que em outros tempos
Que a mulher não é mais Amélia e tornou-se escrava de sua liberdade
Que os homens ganharam asas e tornaram-se grandes egoístas
Que as crianças não são mais crianças, e perde-se a inocência cedo demais
Também sei que o coração esfriou
Que nossa comida está contaminada
Que nunca existiu justiça de verdade para fazer valer as leis
Que a natureza está sucumbindo e a mãe Terra chora
Que os bandidos estão engravatados e temos falsos profetas nas igrejas e no senado
E como cegos perdidos num tiroteio corremos sem direção
Corremos deste mundo louco, corremos de nós mesmos
E sabemos tão pouco onde está a solução
Não tente fugir, não existe saída, ela está escondida
Acorda, olha para dentro de si antes que seja tarde demais
Ana Paula Tomé
Eu sei que os tempos mudaram
Que os dias estão voando
Que a mentira tomou lugar da verdade
Que o ser humano não é mais humano
Que o dinheiro não sobra e sempre queremos mais
Que trabalhamos o dobro que em outros tempos
Que a mulher não é mais Amélia e tornou-se escrava de sua liberdade
Que os homens ganharam asas e tornaram-se grandes egoístas
Que as crianças não são mais crianças, e perde-se a inocência cedo demais
Também sei que o coração esfriou
Que nossa comida está contaminada
Que nunca existiu justiça de verdade para fazer valer as leis
Que a natureza está sucumbindo e a mãe Terra chora
Que os bandidos estão engravatados e temos falsos profetas nas igrejas e no senado
E como cegos perdidos num tiroteio corremos sem direção
Corremos deste mundo louco, corremos de nós mesmos
E sabemos tão pouco onde está a solução
Não tente fugir, não existe saída, ela está escondida
Acorda, olha para dentro de si antes que seja tarde demais
Ana Paula Tomé
domingo, 15 de novembro de 2015
Vida
Num dia você sorri, no outro você chora
Num dia você tem tudo, no outro você tem nada
Assim a vida segue, cheia de incertezas e dúvidas constantes
Paira no ar um silêncio doloroso
Você quer respostas mas não tem
Então se abate em meio a uma solidão acompanhada
Daquela que vez ou outra até nos faz pensar que vamos começar a ser feliz
Mas infelizmente era mentira, só mais uma brincadeira do tempo
Cansado, seu corpo vaga por um caminho longo e árduo, como o meu
Claro que eu prefiro caminhar sobre as flores, e sentir a luz do sol em meu rosto
Ver a alegria das borboletas e o sorriso das crianças
Eu nada tenho a ver com as trevas, mas às vezes elas me perseguem
Às vezes elas se fazem presentes de uma forma discreta e distorcida
Como hoje, como agora...
E assombrosamente eu percebo que o dia amanheceu nublado assim como o meu coração...
Ana Paula Tomé
Num dia você tem tudo, no outro você tem nada
Assim a vida segue, cheia de incertezas e dúvidas constantes
Paira no ar um silêncio doloroso
Você quer respostas mas não tem
Então se abate em meio a uma solidão acompanhada
Daquela que vez ou outra até nos faz pensar que vamos começar a ser feliz
Mas infelizmente era mentira, só mais uma brincadeira do tempo
Cansado, seu corpo vaga por um caminho longo e árduo, como o meu
Claro que eu prefiro caminhar sobre as flores, e sentir a luz do sol em meu rosto
Ver a alegria das borboletas e o sorriso das crianças
Eu nada tenho a ver com as trevas, mas às vezes elas me perseguem
Às vezes elas se fazem presentes de uma forma discreta e distorcida
Como hoje, como agora...
E assombrosamente eu percebo que o dia amanheceu nublado assim como o meu coração...
Ana Paula Tomé
Somente amar
Que eu tenha um olhar mais ameno sobre tudo, para não julgar erradamente.
Que eu tenha um olhar mais ameno sobre tudo, para não julgar erradamente.
E que essa minha acidez não me empurre para longe do que poderia me fazer feliz.
Porque eu sinto uma imensa necessidade de voar cada vez mais alto, e cada vez mais longe do que eu já fui um dia!
Matei a velha criatura e gosto desta pessoa na qual estou me tornando, tão livre, tão segura, e tão forte.
Como a brisa ou como a morte eu andarei de tempo em tempo, chorando ou sorrindo, desde que a vida me permita sentir eu só quero amar...
Ainda que eu sofra, ainda que eu pereça, mas que eu esteja nos seus braços e completamente feliz.
Ana Paula Tomé
sábado, 7 de novembro de 2015
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