quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Eu Serei

Eu serei uma palavra lançada ao vento
Uma lágrima e um pensamento
Esquecido em algum lugar

Serei o canto triste da sereia
Suas pegadas na areia
E o silêncio ao entardecer

Eu serei as nuvens passageiras
O beija-flor que ama a roseira
A borboleta que não se cansa de lhe sondar

Eu serei seus sonhos mais insanos
Fazendo parte dos seus sonhos
Mais difíceis de realizar

Eu serei um poema abandonado
Em uma gaveta qualquer
Uma saudade distante nos passos de um viajante 

Serei o sol que invade seu quarto
E a claridade que sem maldade
Chega para te beijar

Mas de tudo que fui ou que sou
Entendi que não sou nada
Se não puder sentir minha ausente presença

Nos seus dias
Nas suas alegrias
E no seu modo de amar

Sinta-me e eu serei...


Ana Paula Tomé

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Mundo Novo

Eu sei que os tempos mudaram
Que os dias estão voando
Que a mentira tomou lugar da verdade
Que o ser humano não é mais humano
Que o dinheiro não sobra e sempre queremos mais
Que trabalhamos o dobro que em outros tempos
Que a mulher não é mais Amélia e tornou-se escrava de sua liberdade
Que os homens ganharam asas e tornaram-se grandes egoístas
Que as crianças não são mais crianças, e perde-se a inocência cedo demais
Também sei que o coração esfriou
Que nossa comida está contaminada
Que nunca existiu justiça de verdade para fazer valer as leis
Que a natureza está sucumbindo e a mãe Terra chora
Que os bandidos estão engravatados e temos falsos profetas nas igrejas e no senado
E como cegos perdidos num tiroteio corremos sem direção
Corremos deste mundo louco, corremos de nós mesmos
E sabemos tão pouco onde está a solução
Não tente fugir, não existe saída, ela está escondida
Acorda, olha para dentro de si antes que seja tarde demais


Ana Paula Tomé

domingo, 15 de novembro de 2015


Vida

Num dia você sorri, no outro você chora

Num dia você tem tudo, no outro você tem nada

Assim a vida segue, cheia de incertezas e dúvidas constantes

Paira no ar um silêncio doloroso

Você quer respostas mas não tem

Então se abate em meio a uma solidão acompanhada

Daquela que vez ou outra até nos faz pensar que vamos começar a ser feliz

Mas infelizmente era mentira, só mais uma brincadeira do tempo

Cansado, seu corpo vaga por um caminho longo e árduo, como o meu

Claro que eu prefiro caminhar sobre as flores, e sentir a luz do sol em meu rosto

Ver a alegria das borboletas e o sorriso das crianças

Eu nada tenho a ver com as trevas, mas às vezes elas me perseguem

Às vezes elas se fazem presentes de uma forma discreta e distorcida

Como hoje, como agora...

E assombrosamente eu percebo que o dia amanheceu nublado assim como o meu coração...


Ana Paula Tomé

Somente amar

Que eu tenha um olhar mais ameno sobre tudo, para não julgar erradamente.
E que essa minha acidez não me empurre para longe do que poderia me fazer feliz.
Porque eu sinto uma imensa necessidade de voar cada vez mais alto, e cada vez mais longe do que eu já fui um dia!
Matei a velha criatura e gosto desta pessoa na qual estou me tornando, tão livre, tão segura, e tão forte.
Como a brisa ou como a morte eu andarei de tempo em tempo, chorando ou sorrindo, desde que a vida me permita sentir eu só quero amar...
Ainda que eu sofra, ainda que eu pereça, mas que eu esteja nos seus braços e completamente feliz.

Ana Paula Tomé

sábado, 7 de novembro de 2015

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Apresento-lhes meu livro "Sob as asas de uma Borboleta"
Contos, poemas e reflexões.
Publicado pela Editora Laços SP.
Lançamento Martins Fontes Paulista em Setembro de 2013.